Panorama e Estatísticas
Panorama do Câncer no Brasil
As informações estatísticas que relacionam os dados de câncer no país são desenvolvidas e publicadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão auxiliar do Ministério da Saúde. Elas são provenientes de duas fontes: o Sistema de Mortalidade (SIM), resultado do preenchimento dos atestados de óbito de todo o Brasil; e os registros de base populacional; que existem em cada cidade ou região, coordenados pelo próprio INCA. Tanto o SIM quanto os registros provêm de prontuários médicos, diagnósticos e outras fontes de informação.
Interpretar esses registros propicia, sobretudo, o conhecimento dos tipos de tumores a que a população do país está mais propensa. Ajudará a identificar quais são os fatores de risco para o surgimento das neoplasias e quais programas profiláticos podem ser estabelecidos.
Embora existam no Brasil poucos sistemas estruturados de coleta e armazenamento de informações, os registros mais antigos e bem-organizados — de São Paulo, Goiânia, Brasília e Cuiabá — apresentam dados confiáveis. Esses registros são provenientes de fontes diversas, como clínicas, hospitais, laboratórios e serviços funerários.
De acordo com o INCA, o país possui disparidades regionais na distribuição dos recursos médicos, mas não dos recursos financeiros repassados pelo Ministério da Saúde. Um problema que estaria sendo gradualmente resolvido por meio de programas de expansão da atenção oncológica. Por não haver recurso financeiro que dê conta desse crescimento da incidência e do próprio envelhecimento populacional, o INCA defende os programas de prevenção e detecção precoce.
O maior desafio atual é reduzir a incidência e mortalidade do câncer de colo do útero, uma vez que é uma doença altamente curável e prevenível. O INCA busca ainda reduzir os casos de outros tipos de câncer bastante recorrentes, como o de mama, aumentando a capacidade de diagnóstico precoce. Outra meta é difundir na população hábitos saudáveis. Inibir, por exemplo, a prevalência de fumantes da sociedade.
Estatísticas
Estima-se, para o Brasil, biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano, sendo 282 mil em mulheres e 300 em homens. Somente em Minas Gerais são estimados 60 mil novos casos, excetuando-se o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer. Se nada for feito, a partir de 2030, o número de novos casos de câncer pode chegar a 21 milhões por ano.
Os cânceres de próstata (68 mil) em homens e mama (60 mil) em mulheres serão os mais frequentes. À exceção do câncer de pele não melanoma, os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%). Nas mulheres, os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireoide (4,0%) figurarão entre os principais.
As taxas de incidência ajustadas por idade tanto para homens (217,27/100 mil) quanto para mulheres (191,78/100 mil) são consideradas intermediárias e compatíveis com as apresentadas para países em desenvolvimento. A distribuição da incidência por Região geográfica mostra que as Regiões Sul e Sudeste concentram 70% da ocorrência de casos novos; sendo que, na Região Sudeste, encontra-se quase a metade dessa incidência. Existe, entretanto, grande variação na magnitude e nos tipos de câncer entre as diferentes Regiões do Brasil. Nas Regiões Sul e Sudeste, o padrão da incidência mostra que predominam os cânceres de próstata e de mama feminina, bem
As taxas de incidência ajustadas por idade tanto para homens (217,27/100 mil) quanto para mulheres (191,78/100 mil) são consideradas intermediárias e compatíveis com as apresentadas para países em desenvolvimento. A distribuição da incidência por Região geográfica mostra que as Regiões Sul e Sudeste concentram 70% da ocorrência de casos novos; sendo que, na Região Sudeste, encontra-se quase a metade dessa incidência. Existe, entretanto, grande variação na magnitude e nos tipos de câncer entre as diferentes Regiões do Brasil. Nas Regiões Sul e Sudeste, o padrão da incidência mostra que predominam os cânceres de próstata e de mama feminina, bem como os cânceres de pulmão e de intestino. A Região Centro-Oeste, apesar de semelhante, incorpora em seu perfil os cânceres do colo do útero e de estômago entre os mais incidentes. Nas Regiões Norte e Nordeste, apesar de também apresentarem os cânceres de próstata e mama feminina entre os principais, a incidência dos cânceres do colo do útero e estômago tem impacto importante nessa população. A Região Norte é a única do país onde as taxas dos cânceres de mama e do colo do útero se equivalem entre as mulheres.