Sucesso no 1º Simpósio sobre Rastreamento

Sucesso no 1º Simpósio sobre Rastreamento

O I Simpósio sobre as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Mama e Colo de Útero, promovido pelo hospital Hélio Angotti nos dias pp 01 e 02, foi aberto pelo presidente do hospital, o mastologista Délcio Scandiuzzi, que falou sobre a importância do evento para promover a discussão, troca de informações e experiência entre profissionais da área.

Além dele, compuseram a Mesa de Honra o secretário municipal de saúde, Iraci José de Souza Neto, o médico e coordenador do evento, Cleber Sérgio Silva e representando os palestrantes, o médico Gil Facina. Através dos estudos realizados durante o evento, será realizada uma publicação com materiais técnicos conforme as ações da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.

O primeiro dia foi reservado para discussões acerca do câncer de mama e iniciou-se com a médica da divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede e Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Combate ao Câncer – Inca – RJ, Maria Beatriz Kneipp Dias. Ela apresentou o panorama do câncer no Brasil e no mundo, bem como os desafios para a detecção precoce. De acordo com ela, a doença pode ser minimizada com o incentivo à prevenção e diagnóstico antecipado.

O professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo, Gil Facina apresentou os fatores de risco, o quadro de clínico e o impacto das medidas comportamentais na prevenção do câncer de mama. Segundo Gil, é fundamental modificar os hábitos de vida em prol da saúde, realizando o consumo de alimentos saudáveis alinhado à prática de exercícios físicos.

A professora de radiologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Ana Lúcia Kefalás, abordou a classificação de BI-RADS mamográfico – Breast Imaging Reporting and Data System e exames complementares no rastreamento do câncer de mama. O BI-RADS estima qual a chance de determinada imagem da mamografia ser câncer, podendo o resultado variar em uma escala de 0 a 6.

O mastologista Délcio Scandiuzzi explanou sobre as diretrizes do Brasil para o rastreamento do câncer de mama. O médico afirma que essa prática permite identificar o câncer em seus estágios iniciais em populações assintomáticas, possibilitando a mudança em seu prognóstico. Essas diretrizes mostram qual o grupo-alvo a ser rastreado, a periodicidade do exame, o número de incidências do exame clínico e os exames de rastreamento. A médica Graziela Borges Barreto, radiologista do Hospital de Câncer de Barretos – SP apresentou que os desafios do rastreamento são a incidência de exames falsos-positivos e o sobrediagnóstico.

O segundo dia de Simpósio iniciou com a conferência do presidente consultivo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo, Etelvino de Souza Trindade, com tema “Câncer de Colo Uterino – De Hisselman e Papanicolaou à Biologia Molecular e o Papiloma vírus humano – HPV”. Ele falou da evolução nas pesquisas sobre esse o tema, bem como o cenário atual. A pesquisadora e médica da Seção de Ginecologia Oncológica do INCA – RJ, Cláudia Bessa Pereira Chaves, continuou o assunto falando sobre a vacinação contra o HPV e os tipos da doença.

O médico Etelvino Trindade abordou também a visão da Febrasgo sobre o rastreamento do câncer de colo de útero. De acordo com ele, a mortalidade por essa doença foi reduzida significativamente em países desenvolvidos com programas de rastreamento pelo exame papanicolau, portanto é necessário manter essa prática e aplicar recursos necessários para a sua continuidade.

O coordenador de residência médica em mastologia e médico responsável pela seção de Oncologia Ginecológica do Hélio Angotti, Cleber Sérgio da Silva, falou sobre a diferença entre o rastreamento oportunístico e o rastreamento organizado do câncer de colo de útero, alertando para a importância do planejamento ao realizar a prática. A médica Maria Beatriz Kneipp seguiu o tema explicando sobre as diretrizes brasileiras para o rastreamento deste tipo de câncer.

Novamente, as especialistas Cláudia Bessa e Maria Beatriz Kneipp falaram, desta vez sobre a epidemiologia, clínica, tratamento e desafios para o controle do câncer de colo de útero no Brasil, mostrando as principais e alarmantes estatísticas. A professora ajdunta de Patologia da UFTM explicou sobre as melhores práticas para a coleta, armazenamento, conservação e transporte do Papanicolau, principal exame para diagnóstico desta patologia.

O coordenador do Programa de Prevenção de Câncer Ginecológico do Hospital de Câncer de Barretos – SP, Júlio César Possati Rezende compartilhou os procedimentos para aplicação e sustentabilidade dos protocolos do Ministério da Saúde para o rastreamento organizado, dado a eficiência do processo realizado pela instituição, que é referência no Brasil. O médico apresentou o método de exame para diagnóstico de câncer de colo uterino denominado citologia em meio líquido. “Além de ser mais simples, a eficiência é de até 92%, pois todo o material coletado é colocado em um frasco com um líquido apropriado, garantindo o aproveitamento total da amostra.”, afirmou.

O médico Cléber Sérgio, comentou o panorama atual do rastreamento em Uberaba e região, os objetivos futuros e as melhores práticas para atingi-los. Através dos estudos abordados nesse Simpósio, afirmou-se a importância de aplicar o rastreamento do câncer de mama e de colo uterino na população-alvo como forma de diminuir a mortalidade e o avanço da doença na população. É possível modificar o cenário brasileiro ao promover esta prática que é fundamental para o diagnóstico precoce e melhoria na sobrevida dos pacientes acometidos por essas patologias.

    

Fotos: Ari Morais.

Veja mais fotos em nossa galeria.