No Dia do Homem, especialista faz alerta para a relação entre hábitos de vida e tumores
O câncer é, atualmente, um dos principais problemas de saúde no mundo e já está entre as quatro principais causas de mortes prematuras, ou seja, antes dos 70 anos, na maioria dos países. E a incidência e mortalidade vem aumentando, principalmente pelo envelhecimento da população e pela mudança na distribuição e prevalência dos fatores de risco, especialmente aqueles associados ao desenvolvimento socioeconômico.
Segundo o cirurgião oncológico do Hospital Hélio Angotti, Luiz Carlos Furtado de Almeida Júnior, há que se levar em conta, ainda, a transição dos principais tipos de câncer observado nos países que estão em desenvolvimento. “Há um declínio dos tipos de tumores associados a infecções e aumento daqueles que estão associados a melhoria de condições socioeconômicas, com a incorporação de alguns hábitos e atitudes associados a urbanização, como o sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros”, destaca o médico.
Luiz Carlos acrescenta que a mais recente estimativa mundial, que é de 2018, mostra que, no mundo, a perspectiva é que 18 milhões de novos casos de câncer sejam registrados com 9,6 milhões de óbitos. E os homens devem responder por mais da metade desses casos (53%).
Quando se fala em Brasil, ainda de acordo com o especialista, a expectativa para o biênio 2020/2022 é que os novos casos diagnosticados de câncer cheguem a 625 mil (55% em homens). Por aqui, por prevalência, os casos de câncer mais incidentes neles são (exceto câncer de pele não-melanoma): câncer de próstata (29%), de cólon reto (9,1%), de pulmão (7,9%), de estômago (5,9%) e da cavidade oral (5%).
“Percebemos que a grande maioria desses tumores está intimamente ligada a hábitos de vida: sedentarismo, uso de álcool e principalmente o tabagismo, que é uma batalha que a gente tenta diminuir, mas que ainda é o principal fator isolado relacionado a todas essas neoplasias”, complementa Luiz Carlos.
Ele acrescenta ainda a importância de campanhas de prevenção, como o Novembro Azul, mas que se faz necessária a mudança de hábitos de vida para a conquista de uma saúde plena. “É preciso incorporar atividade física à rotina, ter uma alimentação adequada. Sabemos que nesta pandemia está difícil pra todo mundo, mas não podemos nos descuidar da saúde neste momento”, finaliza.