MUDANÇA DE HÁBITOS É UMA DAS FORMAS DE PREVENÇÃO DO CÂNCER COLORRETAL

MUDANÇA DE HÁBITOS É UMA DAS FORMAS DE PREVENÇÃO DO CÂNCER COLORRETAL

Setembro Verde alerta para o aumento da incidência da doença no Brasil

São diversas as campanhas de conscientização que, durante todo o ano, colorem o calendário da saúde. Agora temos o “Setembro Verde – mês de Prevenção ao Câncer de Intestino”. Mas, você sabe o porquê dessa campanha?
Segundo o cirurgião oncológico do Hospital Hélio Angotti, Guilherme Carrara, a iniciativa da Sociedade Brasileira de Proctologia surgiu para alertar a população, principalmente, sobre o câncer colorretal, já que nos últimos anos tem sido observado um aumento em relação a incidência e prevalência desse câncer na população.
Guilherme explica que quando se observam os dados mundiais, este tipo de câncer é o terceiro mais incidente no mundo (excetuando-se o câncer de pele não-melanoma), sendo responsável por pouco mais de 10% dos cânceres que acometem a população do planeta. “Porém quando falamos dos cânceres que mais matam, ele fica em segundo lugar, sendo responsável por pouco mais de 9% de todas as mortes de câncer no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão”, diz Carrara. No Brasil o câncer colorretal, segundo o Inca – Instituto Nacional do Câncer, é o segundo mais incidente tanto em homens quanto em mulheres, sendo estimados um pouco mais de 20 mil casos, por ano, em cada um dos sexos, previstos para o biênio 2020-2021.
A respeito da prevalência do câncer colorretal, o médico explica que possui uma pequena predileção pelo sexo masculino (42,1 casos por 100 mil/homens e 32,3 casos a cada 100 mil/mulheres). E o “pico” da faixa etária onde os casos são registrados com maior frequência, costuma ser acima dos 50 anos. Tanto que as entidades ligadas à Oncologia e à Proctologia baixaram a idade recomendada para início dos exames de prevenção e rastreamento para 45 anos.
Assim como em outros tipos de cânceres o que faz a diferença é o diagnóstico precoce. Guilherme pontua que “a sobrevida global quando se fala em câncer colorretal é por volta dos 63%, englobando-se todos os estágios da doença, segundo dados da IARC (Agência Internacional de Pesquisa do Câncer). Porém em estágios iniciais, a sobrevida pode ultrapassar os 90%, sendo o contrário também verdadeiro, quando a sobrevida é menor que 10% nos estágios mais avançados da doença.”
Carrara destacou ainda os fatores de risco e os dividiu em permanentes (aqueles que não podem ser modificados) e os variáveis (que podemos modificar). São eles:
Fatores de risco permanentes:
– Sexo, como dito anteriormente, a incidência é maior no sexo masculino;
– Idade
– Algumas doenças hereditárias;
– Doenças inflamatórias intestinais.

Fatores de risco variáveis:
– Tabagismo
– Alcoolismo
– Vida sedentária
– Obesidade
– Dieta

Para finalizar, Guilherme falou sobre prevenção, citando o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, que acabam sendo um fator de proteção para o desenvolvimento da doença, principalmente nos casos hereditários da doença; a ressecção de pólipos; a realização da colonoscopia a partir dos 45 anos com intuito preventivo e até mesmo terapêutico e uma dieta adequada. “Eu não me canso de falar para os pacientes que precisamos descascar mais e desembalar menos. Uma dieta saudável, sem conservantes, evitando produtos industrializados e artificiais, sem agrotóxicos, acaba protegendo o ser humano em relação ao desenvolvimento dessa e de outras doenças”, finalizou.