CÂNCER DE MAMA E SEXUALIDADE

O diagnóstico positivo para o câncer de mama pode mudar completamente a vida de uma mulher, podendo fazê-la sentir medos, insegurança, entre outros sentimentos que influenciarão a sua vida durante o tratamento e, em alguns casos, continuarão depois de todo o processo. Dentro dos diversos desafios que as pacientes com tumores mamários podem enfrentar durante o tratamento, a sexualidade é uma das grandes questões.

Segundo a psicóloga hospitalar do Hospital Hélio Angotti, Iandra Di Vito, entre os principais problemas com a sexualidade da mulher durante o tratamento do câncer de mama estão a insegurança em relação com o próprio tratamento, com o relacionamento afetivo, além das alterações de autoimagem pelos procedimentos cirúrgicos, assim como, pelas alterações da função sexual, afetada em alguns casos, pelo tipo de medicamento utilizado no tratamento de quimioterapia. “É por isso que ressaltamos a importância de fortalecer as redes de apoio na vida da mulher, seja no âmbito familiar ou social e abranger a equipe multiprofissional no cuidado, considerando o sujeito na sua dimensão bio-psico-social-espiritual”, explica a psicóloga.

Mas, como enfrentar as dificuldades? Iandra acrescenta que o tratamento do câncer de mama pode provocar a perda da libido, secura vaginal e outros sintomas que atrapalham a relação sexual. “Só que muitas mulheres não sabem que é possível driblar essa barreira! O ideal é que a mulher seja bastante sincera com seu parceiro em relação aos seus sentimentos e sensações”, afirma ela. A psicóloga acrescenta que o médico que atende esta paciente poderá indicar técnicas que facilitem a superação das dificuldades sexuais e também prescrever medicamentos para combater os efeitos colaterais do tratamento.

“Além do médico oncologista, é aconselhável buscar um psicólogo para expor os sentimentos que estas barreiras estão trazendo para a rotina dessa mulher, pois o atendimento é muito individualizado, cada paciente vai ter uma orientação específica para o seu problema”, ressalta Iandra.

Para finalizar, ela diz que “é importante motivar a mulher que está em tratamento ou mesmo que somente em acompanhamento oncológico, que manifeste sofrimento emocional e/ou físico diante da sexualidade, a não sentir vergonha de conversar com os profissionais, para encontrar estratégias que melhore a sua qualidade de vida. Essa mulher pode ter perdido a mama, ou parte dela, mas não a feminilidade!”.