PANDEMIA DIFICULTA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DE CÂNCER DE PELE

PANDEMIA DIFICULTA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DE CÂNCER DE PELE

Dra. Vanessa Lima, dermatologista

Estamos no mês de conscientização e prevenção ao câncer de pele: o Dezembro Laranja. Com a proximidade do verão e a consequente maior exposição ao sol, o alerta da Sociedade Brasileira de Dermatologia é para aliar o combate à Covid-19 às medidas de prevenção desse tipo de câncer que é um dos mais prevalentes no Brasil.

Apenas no Hospital Hélio Angotti de Uberaba, que atende, atualmente, pacientes de 60 municípios mineiros, nos últimos cinco anos, foram registrados 1.168 novos casos de câncer de pele, sendo a maioria (645) em homens. Para a dermatologista do Hélio Angotti, Dra. Vanessa Lima, a explicação para esta prevalência se dá pela ocupação laboral já que, normalmente, os trabalhos que se expõem mais ao sol são realizados por homens.

A especialista faz um alerta para a queda no número de diagnósticos da doença durante o período de pandemia. “O isolamento social fez com que algumas pessoas, por falta de informação correta, usassem menos protetor solar por ficaram mais em casa e também foram com menos frequência nas consultas de seguimento, o que dificultou o diagnóstico com mais precocidade”, explica ela. E os números comprovam. O menor número de casos de câncer de pele registrados nos últimos cinco anos no Hélio Angotti foi em 2020 (171 casos).

Dra. Vanessa ressalta ainda que além da exposição ao sol sem a devida proteção, outros fatores de risco não devem ser descartados. “Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação, além, claro, de fatores genéticos”. Ela ainda acrescenta que evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.

Com relação aos grupos de pessoas com maior risco de desenvolver a doença, a dermatologista cita as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. “Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados”, destaca.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDAS:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
  • Cobrir áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10h e 16h.
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
  • Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.