A RELAÇÃO ENTRE IST´S E O CÂNCER

A RELAÇÃO ENTRE IST´S E O CÂNCER

O câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre a população feminina, segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer. Fica atrás apenas do de mama e colorretal. E é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. O mês de março, que tem como foco a campanha Março Lilás, está terminando, mas o alerta para o diagnóstico precoce deve continuar durante todo o ano.

Ainda de acordo com o INCA, no triênio 2020/2022, o Brasil deve registrar mais 16.710 novos casos de câncer de colo do útero. E a principal forma de prevenção é com o exame Papanicolau, que deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, e é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces que, se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.

O médico mastologista e ginecologista oncológico do Hospital Hélio Angotti, Rafael Garcia, recentemente, durante uma palestra para colaboradoras da instituição, destacou ainda a necessidade de prevenção das IST´s – Infecções Sexualmente Transmissíveis, que podem evoluir para alguns tipos de câncer, inclusive, o de colo de útero.

Entre as IST´s mais comuns, ele citou as hepatites B e C, herpes vírus tipo 8 (que provoca o sarcoma de Kaposi) e a tricomoníase. E entre as mais conhecidas, deu ênfase ao HIV e HPV. “Nós sabemos que existem mais de 150 subtipos diferentes de HPV, alguns com potencial oncogênico maior. E as estatísticas nos mostram que 54,6% das mulheres e 51,8% homens com idade entre 16 a 25 anos tem HPV”, ressaltou o médico. Já sobre o vírus causador da AIDS, Garcia explicou que, com os tratamentos que temos na atualidade, a redução da incidência de cânceres relacionados à infecção pelo HIV foi de 54%.

Ainda de acordo com o especialista, os cânceres mais comuns que podem vir de uma infecção sexualmente transmissíveis são os de colo de útero, de vagina, de vulva, de pênis, de nasofaringe, de ânus e de boca. “A prevenção para todos esses passa pela vacinação, exames periódicos e, claro, uso de preservativo nas relações. Mas é preciso lembrar também que temos um grande desafio, que é a melhoria das políticas de rastreamento, que nos possibilitam um diagnóstico mais precoce, com maiores chances de sucesso”, finalizou.