Informação: uma forte aliada na batalha contra o câncer

Ana Carolina Pinsetta Crozera Almeida, especialista em mastologia e oncoplastia

Luiz Carlos Furtado e Almeida Júnior, diretor clínico e coordenador da residência médica e cirurgia oncológica do Hospital Hélio Angotti

Ao longo dos anos, houve uma revolução em todo o contexto que envolve o combate aos tipos de câncer no Brasil e no mundo. As cirurgias e tratamentos passaram por modernizações e tornaram-se menos agressivos, além disso, foram realizadas inúmeras campanhas e movimentações, que quebraram barreiras sobre a abordagem das doenças. Como, por exemplo, a definição de cores para os três últimos meses do ano, com o intuito de despertar a atenção das pessoas para os tipos de câncer mais comuns no Brasil. O de mama, em outubro, o de próstata, em novembro, e o de pele, em dezembro.

Dados de 2018 do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) mostram que câncer de mama responde por cerca de 28% de novos casos, em mulheres, a cada ano, enquanto o de próstata é o segundo mais comum entre os homens e leva a óbito 20% dos pacientes. Já o de pele é o mais frequente no país e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados. Esses números reforçam a necessidade de se falar sobre o assunto e, principalmente, das pessoas se informarem. Já que, apesar de comuns, todos esses três tipos, quando detectados em estágio inicial, são passíveis de tratamento e cura.

O fato é que ainda há muito tabu em torno deles. No caso do câncer de mama, por exemplo, existe receio de fazer o autoexame e descobrir a doença, e ainda medo por uma possível retirada da mama, quedas no cabelo, e outras reações decorrentes do tratamento. Uma pesquisa, feita pela revista Health com 753 leitoras, mostrou dados interessantes que sinalizam para uma resposta à reflexão sobre os altos índices de descobertas demoradas e, de acordo com o INCA, a idade é o principal motivo para o desenvolvimento do câncer de mama. Isso porque o aumento de exposições ao longo da vida e as próprias mudanças biológicas, que vêm com o envelhecimento, aumentam o risco.

Sobre o câncer de próstata o preconceito está no exame de toque. Em muitos casos, somente o exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico) não é o suficiente para detectá-la, sendo o exame clínico o mais assertivo para confirmar alterações de volume e dimensões na próstata. Por isso, é fundamental que sejam feitos os dois exames, já que um complementa o outro.

O câncer de pele, por sua vez, pode ser prevenido evitando a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, período em que os raios são mais intensos, já que a sensibilidade ao sol (a queimadura e não o bronzeamento) é o maior fator de risco para a doença. Assim, mesmo em outros horários, é recomendada a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção 15 ou superior.

Para esses três tipos de câncer, a melhor solução é a informação. É por meio dela que as pessoas poderão compreender a necessidade da prevenção e, principalmente, como pequenas atitudes fazem toda a diferença na qualidade de vida, na saúde e na longevidade delas. Nesse momento de “fake news”, é necessário se informar corretamente sobre o câncer. Por isso, a grande importância do diagnóstico precoce, que pode, realmente, vencer a doença. Afinal, ela tem cura.