Prevenção
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 1,2 milhão de novos casos da doença devam surgir no país entre 2018 e 2019. Só em 2018, a estimativa é que surjam 582 mil novos casos – 300 mil em homens e 282 mil em mulheres.
De acordo com o Inca, até o fim de 2018 os tipos de câncer mais frequentes serão os cânceres de próstata (68.220 casos novos) em homens e mama (59.700 mil) em mulheres, com exceção do câncer de pele não melanoma.
Ainda segundo o estudo, 03 em cada 10 casos estão relacionados ao estilo de vida que as pessoas levam. Hábitos como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição excessiva ao sol aumentam as chances de incidência da doença.
A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir o risco de ter a doença. O risco de se desenvolver vários tipos de cânceres pode ser reduzido por práticas habituais saudáveis, como alimentação saudável, prática regular de exercícios e não fumar. A informação é importante, pois quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, melhores serão as chances de sucesso da terapia.
O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui a adoção de um modo de vida saudável evitando a exposição a substâncias causadoras de câncer. Já o objetivo da prevenção secundária do câncer é detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais.
A prevenção é capaz de reduzir não só o número de novos casos de câncer, como também a quantidade de mortes causadas pela doença.
Cientistas estudam frequentemente diferentes meios alternativos para ajudar a prevenir o câncer, e muitos destes estão otimistas sobre o futuro dos tratamentos da doença com base nas alterações de genes específicos encontradas nas células.
Fonte: Inca – Instituto Nacional de Câncer – Ministério da Saúde.
Tudo o que aumenta as chances de uma pessoa desenvolver a doença é denominado fator de risco, e qualquer atitude ou interferência que diminua a chance de desenvolvê-la é chamado de fator de proteção do câncer.
Os pesquisadores estudam ambos os fatores para encontrar maneiras de evitar o câncer, cuja prevenção nem sempre é possível. Há fatores de risco que podem originar diferentes tipos de tumor; o principal é o tabagismo.
Vários fatores de risco podem estar envolvidos na origem de uma mesma doença. Estudos mostram, por exemplo, a associação entre álcool, tabaco, e o câncer da cavidade oral.
Nas doenças crônicas, como o câncer, as primeiras manifestações podem surgir após muitos anos de uma exposição única (radiações ionizantes, por exemplo) ou contínua (no caso da radiação solar ou tabagismo) aos fatores de risco. A exposição solar prolongada sem proteção adequada durante a infância pode ser uma das causas do câncer de pele no adulto.
Muitos outros fatores presentes no meio ambiente, alimentação e estilo de vida podem causar ou prevenir o câncer. Aqui mencionaremos apenas os principais fatores de risco de câncer e fatores de proteção que podem ser controlados ou modificados para reduzir o risco de doença. Os fatores de risco não mencionados aqui incluem determinados comportamentos sexuais, uso de estrogênio e exposição ocupacional a certas substâncias ou produtos químicos.
O consumo de bebidas alcoólicas e de gorduras de origem animal, dieta pobre em fibras, vida sedentária e obesidade também devem ser evitados para prevenir os tumores malignos. São raros os casos de câncer que se devem apenas a fatores hereditários.
A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos), o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).
Fonte: Oncoguia
Não fumar: Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer.
Alimentação saudável: A alimentação deve ser variada, equilibrada, saborosa, respeitar a cultura e proporcionar prazer e saúde. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores. Consumir esses alimentos diariamente pode evitar o desenvolvimento de câncer.
Peso corporal adequado: Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e manter-se ativo. Cerca de um terço de todos os casos de câncer podem ser evitados com alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado e exercícios físicos.
Prática de atividade física: A atividade física consiste na iniciativa de se movimentar, de acordo com a rotina de cada um. Você pode, por exemplo, caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim.
Amamentação: O aleitamento materno é a primeira alimentação saudável. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. A partir de então, deve-se complementar a amamentação com outros alimentos saudáveis até os dois anos ou mais. Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer um exame preventivo ginecológico a cada três anos. As alterações das células do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos quando descobertos a tempo. Por isso, é importante a realização periódica deste exame. Tão importante quanto fazer o exame é saber o resultado e seguir as orientações médicas.
Evite a ingestão de bebidas alcoólicas: O consumo, em qualquer quantidade, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
Vacina contra o HPV: meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, desde 2014, a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A vacinação e o exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Em 2017, as meninas de 14 anos também foram incluídas. Além disso, o esquema vacinal do SUS foi ampliado para meninos de 11 a 14 anos.
Hereditariedade: Os cânceres hereditários ocorrem quando uma pessoa nasce com alterações ou mutações em uma cópia de um gene de controle de danos que normalmente protege contra o câncer, e geralmente essas alterações são herdadas da mãe ou pai. Pessoas com uma alteração genética herdada têm 50% de chance de passar a mutação para cada um dos seus filhos. Essas alterações podem aumentar o risco de câncer mas, nem todas as pessoas que nascem com uma alteração num gene desenvolverão a doença. A comunidade científica utiliza o termo “susceptibilidade genética” para descrever o risco aumentado para câncer em pessoas com uma mutação hereditária.
Tabagismo: O tabagismo é o maior fator de risco evitável. Quando evitado, é capaz de impedir o adoecimento e morte no mundo. Ele tem relação com vários tipos de câncer (pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias), sendo o principal deles o de pulmão, e é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer. Fumantes chegam a ter 20 vezes mais chances de ter esse tipo de câncer que não fumantes, 10 vezes mais chances de ter câncer de laringe e de duas a cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de esôfago.
Alimentação: A alimentação e a nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida. São responsáveis por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e por aproximadamente 35% das mortes pela doença. Uma alimentação rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultra processados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas açucaradas, pode prevenir de 3 a 4 milhões de casos novos de câncer a cada ano no mundo.
Peso corporal: O peso corporal e a gordura armazenada no corpo influenciam a saúde e o bem-estar ao longo da vida. Sobrepeso, obesidade e o ganho de peso na fase adulta estão associados a cânceres no esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo e possivelmente próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B. O excesso de gordura no corpo provoca um processo inflamatório e aumenta a produção de hormônios que podem causar danos às células, provocando ou acelerando o surgimento da doença. Uma alimentação saudável combinada com atividade física regular ajuda a controlar o peso corporal.
O câncer provocado por exposições ocupacionais geralmente atinge regiões do corpo que estão em contato direto com as substâncias cancerígenas, seja durante a fase de absorção (pela pele ou aparelho respiratório) ou de excreção (aparelho urinário), o que explica a maior frequência de câncer de pulmão, de pele e de bexiga nesse tipo de exposição. O amianto (asbesto) tem o mesotelioma de pleura como neoplasia maligna especificamente relacionada a essa exposição.
Bebidas alcoólicas: Bebidas alcoólicas não devem ser consumidas, pois favorecem o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Estudos mostram que o etanol, em quaisquer quantidades, pode causar o desenvolvimento de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama (pré e pós-menopausa). Essa recomendação serve para todas as bebidas alcoólicas. Além disso, a combinação de álcool com tabaco aumenta a possibilidade do surgimento desse grupo de doenças. O etanol tem o efeito cancerígeno sobre as células e, quando chega ao intestino, pode funcionar como solvente, facilitando a entrada de outras substâncias carcinogênicas nas células para dentro da célula. É importante destacar que há uma evidente relação dose-resposta entre o consumo de bebidas alcoólicas e o risco de câncer. Ou seja, quanto maior a dose ingerida e o tempo de exposição, maior será o risco de desenvolver os tipos de cânceres já citados.
Exposição solar: A exposição solar excessiva é o principal fator de risco para o câncer de pele. No Brasil, o câncer de pele não melanoma é o tumor mais frequente em ambos os sexos. As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e frequente constituem o grupo com maior risco de contrair câncer de pele, principalmente aquelas de pele, cabelo e olhos claros. O clima tropical, a grande quantidade de praias, a ideia de beleza associada ao bronzeamento, principalmente entre os jovens, e o trabalho ao ar livre (por exemplo, na construção civil e na lavoura) favorecem a exposição excessiva à radiação solar.
Radiações: Radiações de certos comprimentos de onda, chamadas de radiações ionizantes, têm energia suficiente para danificar o DNA das células e causar câncer. Elas podem ser classificadas com não evitáveis (naturais) e evitáveis (não naturais). Para a maioria das pessoas, a exposição natural contribui com a maior parte da exposição à radiação ionizante. Tipos de Radiações ionizantes: Radiações ionizantes naturais são os raios cósmicos e a radiação proveniente da crosta terrestre. As radiações ionizantes não naturais são encontradas na área de saúde – radiografia (raios X), tomografia, mamografia, radioterapia, medicina nuclear, braquiterapia – e na indústria nuclear, para geração de energia e nas armas nucleares. O risco de câncer proveniente dessa exposição depende da dose, da duração da exposição, da idade em que se deu a exposição e de outros fatores como, por exemplo, a sensibilidade dos tecidos frente aos efeitos carcinogênicos da radiação. O risco de desenvolvimento de um câncer é significantemente maior quando a exposição à radiação aconteceu na infância. Pessoas que trabalham na indústria nuclear ou próximo a equipamentos que emitem radiação (por exemplo, em instituições médicas ou em laboratórios) estão expostos a esse fator de risco.
Medicações: Um pequeno número de medicamentos tem o potencial de induzir o aparecimento do câncer. Dentre eles, o principal grupo é constituído pelos medicamentos utilizados para tratar o câncer. Embora em curto prazo os benefícios superem os riscos, é preciso ficar atento aos possíveis malefícios em longo prazo. Outros grupos de medicamentos que podem aumentar o risco de câncer são os medicamentos a base de hormônios e os imunossupressores. Medicamentos a base de hormônios podem aumentar os riscos para determinados tipos de câncer ao mesmo tempo em que diminuem o risco para outros (por exemplo, anticoncepcionais apresentam risco aumentado de câncer de mama e cervical e diminuído de câncer de endométrio e ovário).
Fonte: Oncoguia e Inca – Instituto Nacional de Câncer – Ministério da Saúde.