Tipos de Câncer
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
- Infantil
- Laringe
- Leucemia
- Linfoma de Hodgkin
- Linfoma não-Hodgkin
- Mama
- Ovário
- Pâncreas
- Pele (Melanoma)
- Pele (Não melanoma)
- Pênis
- Próstata
- Pulmão
- Testículo
- Tumores de Ewing
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias, que afeta os glóbulos brancos, os do sistema nervoso central e os linfomas, que atacam o sistema linfático.
Nessa faixa etária, também ocorrem com certa incidência: o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal); tumor de Wilms (tipo de tumor renal); retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho); tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos); osteossarcoma (tumor ósseo); e sarcomas (tumores de partes moles).
Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre pacientes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, 70% dos doentes conseguem a cura, desde que diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Esse tipo de câncer ocorre predominantemente em homens. Está entre os mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas.
Aproximadamente dois terços dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e um terço acomete a laringe supraglótica, acima das cordas vocais. O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide.
É uma doença maligna, de origem desconhecida, que afeta geralmente os glóbulos brancos, os leucócitos. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que acabam substituindo as células sanguíneas normais.
A medula é o local de formação das células sanguíneas. Ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela, são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Conhecida também como doença de Hodgkin, essa forma de câncer se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático. Os linfonodos produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que as conduzem pelo corpo.
A doença ocorre em qualquer faixa etária, embora a maior incidência seja em adultos jovens, entre 25 e 30 anos. A doença surge quando um linfócito, tipo de glóbulo branco, se transforma em célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se. Com o passar do tempo, há risco de essas células malignas atingirem tecidos vizinhos e, se não houver tratamento, outras partes do corpo.
Devido ao avanço da medicina nos últimos 50 anos, o número de casos permaneceu estável, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60%. Hoje, a maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com tratamento adequado.
Há mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância. Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.
Vale lembrar que os linfomas são neoplasias malignas, originárias dos gânglios, ou linfonodos, organismos muito importantes no combate a infecções.
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. Dos casos novos da doença que surgem por ano, 22% são desse tipo. Embora frequente, se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é positivo. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rapidamente e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. No Brasil, as taxas de mortalidade são altas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados.
Sintomas
Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo. A pele teria um aspecto de casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. Outro sintoma importante é o nódulo, ou caroço, no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Detecção precoce
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama apresentam maior risco de desenvolver a doença. Especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos.
Mulheres que tiveram a primeira menstruação precoce, a menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia. O autoexame é uma medida importante, embora o Instituto Nacional de Câncer (INCA) considere a prática apenas como uma das medidas de detecção. Não substitui, em hipótese alguma, os exames conduzidos por um médico ou um enfermeiro qualificado para a atividade.
A mamografia, também chamada de a radiografia da mama, consegue mostrar as lesões em fase inicial, mesmo muito pequenas. No mamógrafo, o órgão é comprimido, de forma a fornecer melhores imagens.
Pela lei 11.664, de 2008, todas as brasileiras têm direito à mamografia a partir dos 40 anos. Recomendação médica diz que as mulheres entre 50 e 69 anos devem realizar o exame a cada dois anos.
Já o exame clínico das mamas (ECM) pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres a partir de 40 anos.
Prevenção
Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama.
Algumas mulheres associam a doença com o uso de pílulas anticoncepcionais. Não há, porém, estudos que comprovem a relação. Podem estar mais predispostas a ter a doença as mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia.
Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. 75% dos casos apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico.
A maioria dos tumores de ovário são carcinomas epiteliais, câncer que se inicia nas células da superfície do órgão. Também ocorrem tumores malignos de células germinativas, que dão origem aos espermatozoides e aos ovócitos, chamados erroneamente de óvulos.
Os tumores mais comuns são do tipo adenocarcinoma, que se origina no tecido glandular. Corresponde a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão, também conhecido como “cabeça”. Pelo fato de ser de difícil detecção, e também pelo seu comportamento agressivo, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade.
No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa em homens.
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos, nome dado a células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele. Ele tem predominância em adultos brancos. É um câncer de alto risco de morte, devido à sua alta possibilidade de metástase.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão. O prognóstico pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.
Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.
Como a pele, o maior órgão do corpo humano, é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo.
É um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão, cirurgia para remoção do prepúcio, pele que reveste a glande, a “cabeça” do pênis. Estudos também sugerem a associação entre o vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis.
No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões norte e nordeste. Superam os casos de câncer de próstata e de bexiga.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de registros. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e causando a morte. A grande maioria, porém, cresce de forma lenta, levando 15 anos para atingir um centímetro cúbico. Por vezes, tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
É o mais comum entre todos os tumores malignos. E apresenta aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. No fim do século XX, ele se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.
A sobrevida média de cinco anos varia entre 13% e 21%, em países desenvolvidos, e entre 7% e 10%, nos em desenvolvimento. Entretanto, é difícil estabelecer o quanto desse maior risco decorre de fatores hereditários e o quanto é por conta do hábito de fumar.
O tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. É facilmente curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade.
A maior incidência é em homens em idade reprodutiva, entre 15 e 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites, que é a inflamação dos testículos e dos epidídimos (canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma). Essa inflamação é geralmente transmitida sexualmente.
É um grupo de cânceres que afetam primariamente os ossos e os tecidos moles. Inclui o tumor de Ewing do osso (ou sarcoma de Ewing), tumor de Ewing extraósseo (sarcoma extraósseo de Ewing, afeta tecidos moles), tumor neuroectodérmico primitivo (PPNET) e tumor de Askin (PPNET da parede torácica). Todos esses tumores vêm do mesmo tipo de células.
A localização mais comum da incidência é nos ossos (longos e chatos), sendo 80% sarcoma de Ewing e 20% PPNET. Podem ocorrer em quase todos os ossos do corpo, sendo mais observados nos pélvicos, seguidos de fêmur (coxa), tíbia (perna) e úmero (braço).
O diagnóstico é mais frequente entre os 11 e os 20 anos (64%), seguido da faixa até os 10 anos (27%) e entre os 21 e os 30 anos (9%).