Médico do HHA fala sobre este tipo de câncer que representa 2% dos casos da doença no mundo

Apesar de estarmos em uma época de pandemia, tendo o Novo Coronavírus como causa, não podemos esquecer que nosso corpo é um todo e que ele tem que ser observado por nós, dia a dia, porque os pequenos sinais e sintomas poderão antever graves doenças. E o mês de junho, que se despede hoje, é dedicado à conscientização do Câncer de Rim.
Segundo o médico urologista e andrologista do Hospital Hélio Angotti, Luciano Pousa Cartafina, este tipo de câncer representa 2% de todos os casos dessa doença no mundo. “O câncer de rim é três vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres, e neles, aparece com mais frequência na faixa etária entre 55 e 60 anos. Mas claro que há casos que aparecem antes ou depois disso”, explica o especialista. Entre as principais causas para o aparecimento do câncer de rim estão as causas genéticas, mas ele também é associado ao tabagismo, obesidade e hipertensão.
Com relação ao diagnóstico, Luciano ressalta que, antigamente, a descoberta de um tumor era feita até mesmo pelo paciente, que percebia três sintomas característicos: dor lombar, caroço no local e urina com sangue, mas sem dor. “Nessa fase, então, o tumor chegava bastante grave, com metástase. Hoje, graças a Deus, mais de 60% dos casos de câncer de rim são detectados incidentalmente, ao realizar um exame de rotina, por exemplo, o que aumenta consideravelmente, as chances de cura”, acrescenta Cartafina.
Ainda segundo o médico, o tratamento do câncer de rim pode ser feito de maneira minimamente invasiva, com uso da crioterapia, radiofrequência ou ablação a laser. “Já em pacientes com algum risco, é oferecida o que chamamos de “vigilância ativa”, onde o paciente será acompanhado num menor período de tempo e é possível avaliar o crescimento anormal do tumor e, junto com a família, decidir o que será melhor a fazer”. Mas em casos onde o tumor tem mais de sete centímetros, conta Luciano, é difícil preservar o órgão.
Luciano ressaltou ainda que, desde 1977, depois de estudo do norte americano Dr. Andrew Novic, da Cleveland Clinic, que mostrou alta efetividade na cirurgia poupadora de néfrons (onde se retira apenas o tumor e preserva-se o órgão), a evolução da doença, viu novos horizontes. “Hoje em dia, dependendo do caso, é possível, inclusive, durante uma cirurgia, retirar o rim do paciente, operar este órgão externamente, tirando toda a massa, todo o tumor, e devolver o órgão ao paciente”.
Este tipo de câncer, ainda segundo Dr. Luciano, também pode aparecer em crianças. É o chamado tumor de Wilms (Max Wilms). “Nas crianças é um tipo de tumor diferente do adulto, porque é rádio e químio sensível, tendo taxa de incidência de oito casos por milhão nos Estados Unidos. E em 5% dos casos é bilateral”, explica ele.
Para finalizar, vale lembrar que, como em todos os casos de câncer, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. Além de hábitos saudáveis que diminuem, e muito, o risco de desenvolver algum tipo de tumor.