AUTORA DO LIVRO “CÂNCER E SEUS PRESENTES” FALA SOBRE O TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA

AUTORA DO LIVRO “CÂNCER E SEUS PRESENTES” FALA SOBRE O TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA

Aproveitando a visita da biomédica Moline Severino Mendes ao Hospital Hélio Angotti, durante a abertura do Outubro Rosa, batemos um papo com esta jovem que transformou a experiência do tratamento do câncer de mama em livro que tem levado uma mensagem muito otimista a outras pessoas. Confira:

HHA – Moline, hoje você tem um olhar muito especial sobre o câncer de mama. Antes do diagnóstico, como era?

MOLINE – Eu nunca imaginei ficar doente. Eu sempre fui muito saudável, nunca tive doença séria. Foi uma surpresa muito grande. O susto maior foi o diagnóstico porque nunca imaginei que fosse passar por algo parecido.

HHA – A gente aqui no Hélio Angotti preza muito pelo atendimento humanizado. O momento em que você recebeu a notícia, como foi?

MOLINE – Eu mesma que abri o papel, estava sozinha em BH, não tinha ninguém comigo. Eu já sabia o que era. A gente perde o chão, literalmente. E eu lembro de uma imagem que me emociona até hoje. Passou uma pessoa desconhecida e me abraçou. E eu a vejo como um anjo. Ela disse assim “vai dar tudo certo”. E aquilo me marcou muito. Eu gritei dentro do carro, mas eu sabia ali que tudo ia dar certo. Deus já estava encaminhando. Eu percebi que não estaria sozinha.

HHA – Sobre apoio da família: ao saber da notícia, como reagiram?

MOLINE – Eu acho que minha família sofreu muito mais do que eu mesma. Minha mãe e meu noivo, eu vejo como meus pilares. Os dois que estavam mais perto. Foi um apoio muito grande, de amor, de oração, de ceder. Minha mãe cuidou de mim, meu noivo também sempre muito cuidadoso. Foi um apoio essencial. Tem gente que passa por isso sozinha. Eu tive muito carinho de todo mundo.

HHA – Como fica o emocional durante o tratamento?

MOLINE – Vira uma montanha russa! Tudo oscila. Num dia você se sente horrível, nada te serve. No outro dia está mais calma. A gente fica agoniada, nervosa, dorme em horários diferentes. A rotina muda, para de trabalhar. É muito complicado. A gente precisa ter paciência com a gente mesma e as pessoas ao redor também.

HHA – Qual das etapas do tratamento foi a mais difícil?

MOLINE – Olha, eu achei a quimio (quimioterapia) bem mais tranquila do que as demais. A retirada da mama foi um processo que eu tive que trabalhar por mais tempo. Então eu trabalhei na terapia um processo de luto, eu até falo isso no meu livro. Foi uma despedida mesmo, assim. E a radioterapia, porque eu não sabia, até então, que minha pele era tão sensível! Eu senti muito a radioterapia, mas a maioria das pacientes não sentem. Sempre que eu converso com as pessoas, inclusive, sempre falo para não comparar. Cada pessoa vai passar pelo processo de uma maneira.

HHA – Seu livro tem um título muito sugestivo “Câncer e seus presentes”. Que presentes foram esses que você ganhou durante o tratamento?

MOLINE – Eu acho que o meu olhar hoje para a vida é um dos principais presentes. Eu hoje valorizo muito mais a minha vida. Me amar mais, me conhecer mais. Tem os amigos que fiz durante o tratamento. Saber que eu poderia contar com a minha família, meu noivo, minha mãe, meu irmão, que todos estavam ali, me dando a mão e lutando comigo. Esses foram os principais presentes.

HHA – Geralmente se fala mais de prevenção e diagnóstico precoce neste mês de outubro. Queria que você deixasse um alerta para todos relacionado ao câncer de mama, levando em consideração tudo isso que você passou.

MOLINE – Eu acho que a gente tem que estar sempre em observação. Não deixe acumular seus exames, não apenas os de imagem, mas faça exames periódicos. Tem laboratórios que fazem pacotes de Outubro Rosa, de promoção. Se você não tem acesso, cadastra no SUS mesmo, vai atrás, porque realmente o diagnóstico precoce muda totalmente o tratamento. Tem pessoas que descobrem o câncer com metástase e aí é muito mais dolorido. Se você tem sua mãe, esposa, filha, leve elas também. Incentive quem está a seu redor.

HHA – Quem é a Moline antes do câncer e agora?

MOLINE – Eu era muito mais afobada, ansiosa, daquelas de querer tudo no meu tempo. Hoje eu sou mais tranquila. O que tiver que ser, Deus proverá. Eu sou mais confiante, tenho uma autoestima muito melhor, sou mais forte. Eu sou uma pessoa que sei que vai dar certo, seja o que for. Vejo as prioridades, faço menos coisas com mais qualidade. Eu vivia no automático. A nova Moline é muito melhor!

O livro “Câncer e seus presentes” pode ser adquirido clicando aqui:
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