Duas datas importantes de agosto chamam a atenção para um tipo de câncer que ainda é responsável por várias mortes, tanto no brasil, quanto no mundo. Logo no primeiro dia do mês, foi lembrado o Dia Mundial do Câncer de Pulmão (por isso o mês é chamado de Agosto Branco – mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão) e, no próximo dia 29, o Dia Nacional de Combate ao Fumo. E o tabagismo, mesmo com a evolução das campanhas de prevenção e meios para abandono do vício, ainda é o principal fator que leva ao câncer de pulmão, mas não é o único.

Segundo o oncologista do Hospital Hélio Angotti, Raul Dutra, o câncer de pulmão ainda é muito diagnosticado em fases mais avançadas, quando algum sintoma aparece, como tosse crônica, tosse com sangue, perda de peso, cansaço excessivo. “Existem exames de rastreio, por exemplo, para pessoas acima de 55 anos, tabagistas. Quando o diagnóstico é feito na fase inicial da doença, a taxa de cura é de mais de 70%. Mas, em casos avançados, cai bastante”, explica Dutra.

Raul diz ainda que o tabagismo é o principal fator que pode levar ao câncer de pulmão, mas muitos pacientes nunca chegaram perto do cigarro e tem a doença. “Isso por que é um tipo de câncer que também tem fatores genéticos, é preciso saber se a pessoa foi exposta a poluição, se fez uso dos atuais cigarros eletrônicos, que também causam câncer”, ressalta.

O médico diz também que o tratamento evoluiu muito nos últimos tempos, com a imunoterapia, por exemplo, mas ainda se baseia no tripé cirurgia, radioterapia e quimioterapia (serviços oferecidos pelo Hélio Angotti pelo SUS a pacientes de 27 municípios mineiros). “Mas, a principal forma de prevenção é mesmo não fumar, ou se já fuma, parar o quanto antes. Existem programas de apoio a quem quer abandonar o vício, inclusive nas redes públicas de saúde. O Agosto Branco vem como uma conscientização, mas não se pode esperar. Todo dia é dia de parar de fumar”, finaliza o oncologista.

Entre 2018 e 2022, o Registro Hospitalar de Câncer do Hélio Angotti registrou 269 novos casos de câncer de pulmão e brônquios, sendo 158 homens e 111 mulheres.